Por que usar os jogos para o aprendizado
JOGOS COMO RECURSO DIDÁTICO
Definições de Jogo
De acordo com o dicionário Aurélio, jogo é uma atividade física ou mental
fundamentada em sistema de regras que definem a perda ou o ganho. Ao longo dos
anos surgiram várias tentativas de definir o que é um jogo, abaixo as
definições de alguns teóricos:
Conforme Ludwig Wittgenstein, os jogos não podem ser agrupados
por uma única definição, mas apresentam um conjunto de características que são
compartilháveis dentre as definições possíveis.
Segundo Negrine (1994, p. 9), “jogo se origina do vocabulário latino
‘iocus”, que significa diversão, brincadeira. Em alguns dicionários, aparece
como sendo atividade lúdica com um fim em si mesma, embora ocasionalmente possa
se realizar por motivo extrínseco”.
Diversos autores da área de Educação acreditam que uma atividade muito
importante na vida da criança é o ato de jogar. O jogo representa esforço,
conquista e entretenimento para ela. Na infância a maior parte do tempo é
dedicada ao jogo, uma necessidade vital na preparação para a vida permitindo o
equilíbrio entre o mundo externo e o interno, energias são canalizadas e
transformadas em prazer.
“O jogo é uma atividade rica e de grande efeito que responde às
necessidades lúdicas, intelectuais e afetivas, estimulando a vida social e
representando, assim, importante contribuição na aprendizagem” (GROSSO apud
SOARES, 2008 p. 86). As atividades lúdicas contribuem significativamente no
processo de construção do conhecimento da criança, podendo ser fonte de prazer
e descoberta. E para Piaget (1974), os jogos vão
além da descontração e do entretenimento, mais do que divertimento ou gastos de
energia, os jogos contribuem de forma decisiva no desenvolvimento intelectual
do individuo.
Dessa forma, o jogo se interrelaciona com a fantasia criativa do
sujeito e possibilita à mesma criar varias situações de aprendizagem, mudar
formas e conceitos, adquirir novos conhecimentos. Ao fazerem parte do cotidiano
das crianças, tormam-se instrumentos motivadores do seu processo de
aprendizagem, além de possibilitar o desenvolvimento das competências e
habilidades.
Para Vigotsky (1984, p. 125), “O mais simples jogo com regras
transforma-se imediatamente numa situação imaginária, no sentido de que, assim
que o jogo é regulamentado por certas regras, várias possibilidades de ação são
eliminadas”.
Segundo os PCNs o computador pode ser usado como elemento de apoio ao
ensino, fonte de aprendizagem e uma ferramenta para o desenvolvimento de
habilidades. Através do computador o aluno podo aprender com seus erros e a
aprender junto com seus colegas, trocando suas produções e comparando-as.
Bongiolo (1998) afirma que:
A
fórmula jogo mais computador se torna perfeita, pois associa a riqueza dos
jogos educativos com o poder de atração dos computadores. E, consequentemente
desta associação tem-se os jogos educativos computadorizados, na qual o
computador será usado de forma lúdica e prazerosa, para explorar um determinado
ramo de conhecimento, além de trabalhar com algumas habilidades.
Com o recurso dos jogos a matemática
ganha um aliando na aprendizagem, as aulas ficam mais atrativas e divertidas.
Além de ser um objeto sociocultural, a Matemática está presente, o jogo é
uma atividade natural do desenvolvimento dos processos psicológicos básicos;
supõe um “fazer sem obrigação externa e imposta” embora demande exigências,
normas e controle. (PCN, 1997, p. 35).
Conforme Borin (1996)
Outro motivo para a
introdução de jogos nas aulas de matemática é a possibilidade de diminuição de
bloqueios de muitos alunos que temem a Matemática e sentem-se incapacitados
para aprendê-la. No jogo, onde é impossível uma atitude passiva e a motivação é
grande, nota-se que, ao mesmo tempo em que estes alunos falam Matemática,
apresentam um melhor desempenho e atitudes mais positivas frente a seus
processos de aprendizagem.
Como a Neurociência ajuda a entender os
jogos
Por meio do brincar é ampliada a rede neural, na qual caminhos novos
surgem e distintas áreas do cérebro se tornam interconectadas. Visivelmente
esse processo garante o ganho de habilidades motoras, sociais, emocionais e
cognitivas.
O cérebro, ao nascer, possui cerca de um quarto da massa de quando se
tornará adulto. Sendo assim, suas áreas não se desenvolveram plenamente. Áreas
essenciais como córtex superior (neocórtex) responsáveis pelas habilidades
cognitivas ou funções mentais superiores, ainda se encontram pouco
desenvolvidas.
Conforme os neurocientistas, o brincar tem um papel fundamental nos
processos cerebrais. Basicamente, funciona da seguinte forma: ao propiciar
novas e variadas experiências, importantes circuitos neurais são formados e
consolidados, áreas do cérebro relacionadas a competências distintas tornam se
interligadas.
Entre os circuitos neurais formados ou fortalecidos pelo brincar, encontrar-se aqueles que interligam
o sistema límbico ao neocórtex, intensificando um intercâmbio entre a emoção e
a razão. Seria graças ao brincar, portanto, que a nossa tomada de decisões, antes
restrita à ação do sistema límbico ou sob comando das emoções, poderia passar a
contar com o apoio do neocórtex e valer-se também de habilidades racionais.
Os jogos como recurso didático tem um papel fundamental no processo
ensino aprendizagem.
O cérebro possui várias regiões diferentes, cada uma responsável por uma
habilidade específica que melhora com a prática, quanto mais você usa
uma habilidade específica, melhor ela fica. Como são várias, e
complementares, as habilidades cognitivas, não há um único exercício
completo, ou suficiente, para exercitar todas as habilidades do
cérebro ao mesmo tempo. Portanto, prática diversificada é fundamental. Quanto
mais variadas são as formas como se usa o cérebro, mais completo é o exercício
para ele.
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